Revelando a diversidade críptica em morcegos do gênero Myotis: dados moleculares inéditos para a Mata Atlântica e o Cerrado
Revelando a diversidade críptica em morcegos do gênero Myotis: dados moleculares inéditos para a Mata Atlântica e o Cerrado
- Tipo de actividad: Oral
- Palabras clave: Conservação; CYTB; Delimitação de Espécies; Filogenia; Hotspots
- Autoría: Fernandes LE, Rodrigues AC, Furtado LO, Silva JC, Lessinger AC, Carmignotto AP
- Afiliación: Laboratório de Sistemática de Mamíferos, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) | Programa de Pós-Graduação em Sistemática, Taxonomia Animal e Biodiversidade, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) | Programa de Pós-Graduação em Saúde Única, Universidade de Santo Amaro | Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ecologia Aplicada, USP | Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, UFSCar | Laboratório de Diversidade Molecular, UFSCar
- Email: larissaeler@gmail.com
O gênero Myotis engloba elevada diversidade de morcegos insetívoros que habitam diversos ambientes, desde florestas tropicais a formações abertas, com destaque na região Neotropical. Esta diversidade é subestimada dado a morfologia críptica do grupo, o que torna a sistemática molecular fundamental na delimitação de espécies do gênero. Os objetivos deste estudo foram investigar as relações de parentesco em Myotis, estabelecer limites específicos e identificar estruturação geográfica. Analisamos uma região de 800 pb do DNAmt (Cytb), com 48 amostras da Mata Atlântica e do Cerrado, juntamente com sequências do GenBank, para realizar inferências bayesianas. Recuperamos nove clados bem suportados (PP=1,0). No complexo M. riparius, recuperamos três clados previamente reconhecidos: 1- clado Mata Atlântica, 2- clado sul da Amazônia, e 3- clado Chaco. Dado a ocorrência destes três clados em simpatria, sugerimos se tratarem de espécies distintas. Outros espécimes do Cerrado se agruparam aos espécimes de Myotis guarani no clado 4, ampliando a área de ocorrência deste táxon. Em M. ruber, obtivemos dois clados irmãos: clado 5- com espécimes da Mata Atlântica e Cerrado e clado 6- espécimes da Mata Atlântica identificados como M. ruber, o que indicaria a presença de uma nova espécie. Para M. lavali, amostras da porção norte da Mata Atlântica se agruparam no clado 7. E por fim, dois clados de Myotis do Cerrado: 8- espécimes da porção sudeste, e 9- espécimes da porção sul, foram recuperados em uma politomia juntamente aos táxons M. dinelli, M. lavali, M. levis e M. nigricans, revelando duas prováveis espécies crípticas no complexo anteriormente conhecido como M. nigricans. Os resultados revelam uma elevada diversidade críptica dentro do gênero Myotis, e reforçam a importância de dados moleculares associados aos dados morfológicos para a descrição da real diversidade de espécies, além de ressaltar a complexa diversificação do grupo na região Neotropical.